Os meios de comunicação não param de mostrar a violência
urbana. E no meio de tanto caos, alguns moradores de São Carlos preferiram
viver quatro dias de muita harmonia,
tolerância e paz interior durante o XI Encontro Ecumênico de Educação e Cultura
para a Paz, que este ano teve atividades em 3 locais da cidade: na Oficina
Cultural Sérgio Buarque de Holanda, na Biblioteca Municipal Amadeu Amaral e no
Espaço Sete.
A abertura do evento recebeu como convidado para falar sobre
sustentabilidade o cacique Ubiratã, da aldeia bananal, em Peruibe/SP. Ele falou
do projeto que sua aldeia colocou em prática para se auto-sustentar estimulando a
plantação e o consumo da Jussara, uma planta típica da mata atlântica que tem o
consumo do seu palmito proibido, mas que poderia ser utilizada através do
consumo de sua fruta, substituindo o Açaí. A ideia da tribo é, em médio prazo,
produzir polpa de Jussara para a comercialização. O que falta, no momento,
seria um incentivo por parte do poder público e parcerias com instituições que
estimulem o consumo da Jussara, pelo menos no Estado de São Paulo.
Desde 2009, o tema sustentabilidade vem recebendo destaque
nos encontros ecumênicos, uma vez que este é um dos princípios básicos do
Manifesto 2000 da UNESCO. Porém, evitando sempre confundir uma real proposta de
sustentabilidade, como esta que a aldeia bananal vem tentando realizar com o marketing
ecológico, como muitas empresas fazem.
E antes da palestra, o grupo de dança Yala Bina, de São
Carlos/SP, que há dez anos realiza um belo trabalho de valorização da
dança do ventre e da cultura árabe, abrilhantou o evento com várias
coreografias.
O dia 16, segundo dia
do evento, foi um momento de confraternização e de celebrar a vida também com
muita dança. O grupo de dança Fernanda Simões abriu o dia com duas coreografias
e, em seguida, Nara Vieira e Jussara Ruas realizaram, respectivamente, uma
vivência com danças circulares e com mantras.
O dia 17, sábado, concentrou as reflexões. Pela manhã, um
grupo de 11 pessoas se reuniu para ler e discutir o projeto de lei apresentado
recentemente pelo vereador Robertinho Mori (PV) na câmara municipal. O grupo
gostou do conteúdo do projeto, fazendo apenas algumas ressalvas e sugerindo as
seguintes mudanças:
1 - No artigo primeiro, a proposta afirma que o Conselho
ficaria sob o âmbito da Secretaria Municipal da Educação e também da
Coordenadoria Municipal de Arte e Cultura. O grupo reunido sugere que o
conselho fique sob o âmbito de apenas um órgão público e não dois e sugere que
o mais adequado seria a Coordenadoria Municipal de Arte e Cultura.
2 - No artigo segundo, o grupo sugere uma mudança na redação da segunda atribuição do Conselho, sugerindo que a redação seja a seguinte:
II - Formular as políticas e planos visando à promoção da diversidade religiosa no município, visando sua participação no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21/01), no dia municipal da Cultura e da Paz, e em outras datas significativas que ajudem a valorizar a diversidade e a tolerância religiosa no município.
3 - No artigo terceiro, que descreve a composição do conselho, o grupo reunido apresenta a seguinte proposta de redação:
Art. 3º. Para O Conselho Municipal da Diversidade Religiosa serão convidados a participar pelo Executivo Municipal:
1. 3 membros escolhidos pelo Prefeito Municipal;
II. 2 membros das religiões, filosofias ou doutrinas espiritualistas de matriz judaico-cristãs, incluindo o espiritismo;
III. 2 membros das religiões, filosofias ou doutrinas espiritualistas de matriz afro-brasileira, incluindo as indígenas e as doutrinas ayahuasqueiras;
IV. 2 membros das religiões, filosofias ou doutrinas espiritualistas não-cristãs, não representadas acima, e com grupos constituídos formal ou informalmente no município de São Carlos;
V. 1 membro da Secretaria Municipal da Cidadania e Assistência Social;
VI. 1 membro da Secretaria Municipal de Educação;
VII. 1 membro da Secretaria Municipal de Cultura.
O grupo reunido sugere ainda que a promulgação da lei pelo Prefeito seja realizada no dia 30 de novembro do corrente ano, exatamente um ano após a instalação do Comitê Nacional da Diversidade Religiosa, pela ministra Maria do Rosário.
2 - No artigo segundo, o grupo sugere uma mudança na redação da segunda atribuição do Conselho, sugerindo que a redação seja a seguinte:
II - Formular as políticas e planos visando à promoção da diversidade religiosa no município, visando sua participação no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21/01), no dia municipal da Cultura e da Paz, e em outras datas significativas que ajudem a valorizar a diversidade e a tolerância religiosa no município.
3 - No artigo terceiro, que descreve a composição do conselho, o grupo reunido apresenta a seguinte proposta de redação:
Art. 3º. Para O Conselho Municipal da Diversidade Religiosa serão convidados a participar pelo Executivo Municipal:
1. 3 membros escolhidos pelo Prefeito Municipal;
II. 2 membros das religiões, filosofias ou doutrinas espiritualistas de matriz judaico-cristãs, incluindo o espiritismo;
III. 2 membros das religiões, filosofias ou doutrinas espiritualistas de matriz afro-brasileira, incluindo as indígenas e as doutrinas ayahuasqueiras;
IV. 2 membros das religiões, filosofias ou doutrinas espiritualistas não-cristãs, não representadas acima, e com grupos constituídos formal ou informalmente no município de São Carlos;
V. 1 membro da Secretaria Municipal da Cidadania e Assistência Social;
VI. 1 membro da Secretaria Municipal de Educação;
VII. 1 membro da Secretaria Municipal de Cultura.
O grupo reunido sugere ainda que a promulgação da lei pelo Prefeito seja realizada no dia 30 de novembro do corrente ano, exatamente um ano após a instalação do Comitê Nacional da Diversidade Religiosa, pela ministra Maria do Rosário.
Ainda no sábado, os professores Adilson Marques e Ney Vilela
fizeram palestras sobre tolerância religiosa. O primeiro abordou o diálogo
inter-religioso que deu origem à proposta da Animagogia, a prática educativa que
o Projeto Homospiritualis realiza desde 2003, integrando os ensinamentos de
Lao-Tsé, Krishna, Buda, Jesus e Espírito Verdade; por sua vez, Ney Vilela
abordou a origem do povo Judeu e palestino e a importância religiosa da cidade
de Jerusalém possui para os dois grupos.
E o domingo marcou o encerramento do XI encontro com uma
apresentação majestosa de Marcus Santurys e Cris Saphyra, com o espetáculo
Masala Índia Brasil. Um momento para ficar eternamente gravado na alma de quem
esteve presente.
Grupo Yala Bina, que se apresentou na abertura do encontro |
Vivência de mantras sagrados com Jussara Ruas |
Alguns dos participantes nas palestras sobre tolerância religiosa, no dia 17 /11. |
Alguns dos presentes na reflexão sobre o projeto de lei que cria o Conselho Municipal da Diversidade Religiosa, no dia 17/11. |
Veja mais fotos no facebook, clicando aqui
Confira a brilhante apresentação de Marcus Santurys e Cris Saphyra no youtube, encerrando o XI Encontro Ecumênico de Educação e Cultura para a Paz, um evento que valoriza há 12 anos a diversidade religiosa, os direitos humanos e a sustentabilidade na cidade de São Carlos/SP.
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