segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

As Novas Andanças de André Luiz, por Adilson Marques


 
Segundo o referencial Espírita, o espírito de André Luiz - alvo de muita adoração, especulação e crítica - tornou-se famoso graças à mediunidade de Chico Xavier. Antes mesmo deste vir a falecer, outros médiuns afirmaram ter psicografado mensagens do mesmo espírito, entre eles, Waldo Vieira e R. A. Ranieri.
Para os espíritas considerados ortodoxos, que consideram apenas os escritos de Allan Kardec como a Verdade Absoluta, e qualquer outra informação adicional proveniente de outras fontes espirituais é tratada como mistificação ou animismo, André Luiz seria um "espírito obsessor". Inclusive, há entre eles, os que afirmam também que o espírito nunca existiu, não passando de animismo do médium Chico Xavier.
Entre aqueles que cultuam o suposto espírito, talvez a maioria dos espíritas, a obra de André Luiz, ou pelo menos a série psicografada por Chico Xavier, é considerada "complementar à Doutrina Espírita", estando incluída no catálogo editorial da própria Federação Espírita Brasileira.
Porém, em 2011, a médium Cristina Lessa Cereja lançou pela editora Livre Expressão, um livro muito interessante, mas que colocará mais lenha nessa explosiva relação de amor e ódio ao provável espírito André Luiz, dentro do movimento espírita brasileiro. O livro se chama “Morte e Libertação” e foi supostamente ditado por ele. Na obra, entre outros assuntos, André Luiz fala sobre relações sexuais nos planos superiores e, inclusive, sobre como os novos espíritos são criados.
Para mim que não sou espírita, mas apenas um amante do imaginário, estudando o que Kant chamou de "narrativas visionárias", em seu famoso estudo da mediunidade e vidência de Emmanuel Swedenborg, o livro é fascinante. As polêmicas travadas pelos espíritas, por exemplo, se existe ou não animais no "plano espiritual", uma vez que Kardec parece afirmar que não existe, enquanto André Luiz, entre outros espíritos, afirma que sim, me parece algo bem pueril, já que não temos como provar quem está correto. Mas espero que este último esteja certo, pois com certeza, se existir vida após a morte, ela deve ser muito mais bela e agradável com animais do que sem eles.
Abaixo, entrevistamos a médium Cristina Lessa Cereja:
 
1 - Cristina, como você, que diz ter contato mediúnico com André Luiz, trabalha internamente a polêmica em relação ao nome dele no meio espiritista. O que você pensa daqueles que dizem que ele foi um obsessor do Chico Xavier, ou que ele nem mesmo existiu, pois seus livros seriam plágios que o médium Chico Xavier teria feito de obras de médiuns norte-americanos?
                Considero que todas as pessoas têm direito a uma opinião pessoal. Esse é um direito inalienável do ser humano, e costumo respeitar muito as crenças individuais, mesmo quando as opiniões possam ser contrárias àquilo que acreditamos. Infelizmente o ser humano sempre teve o hábito de julgar sem conhecimento, fato que já causou na história da humanidade tanto sofrimento a almas tão puras, que aqui estiveram apenas com o intuito de esclarecer e ensinar ao homem o bem-viver.  Não precisamos de um exemplo melhor do que o próprio Cristo, e o de tantos homens e mulheres que foram sacrificados por pregarem o amor e a união; e pouco tempo depois, foram santificados e endeusados por suas ações e ideologias pela mesma humanidade que outrora os julgara e condenara tão barbaramente. Este fato só prova que a verdade tem sua própria força. É a Luz que sempre invade as Trevas, e nunca ao contrário. Infelizmente ainda teremos por muito tempo mentes arbitrárias em meio à multidão de consciências que habitam a esfera terrestre. E, no entanto, todas com o direito e o dever de expressarem as suas próprias verdades e valores. Nada existe por acaso, e certamente tudo isto já está previsto por uma Mente Superior e Divina, que a tudo comanda, cujo planejamento evolutivo da humanidade compreende todas estas questões e diferenciações, até que a humanidade atinja o nível da harmonia e união ansiosamente aguardadas. André Luiz, como tantas outras consciências extracorpóreas, é mais um guerreiro da Luz, que com extrema coragem não se deixa abater por críticas ou difamações injustas, e persiste com audácia e determinação frente à proposta de elucidar a humanidade, conferida a si, certamente, por suas qualidades inquestionáveis. Não pode haver maior reconhecimento acerca das verdades que ele entoa em suas obras do que as críticas que recebe. A verdade sempre incomoda, e o despeito e as agressões nada mais são do que uma tentativa ingênua e imatura de procurar ofuscar o brilho de quem, não sem esforço e sofrimento, conseguiu vencer a si mesmo, construindo à sua volta um percurso de tanta Luz e Sabedoria.
2 - Duas grandes objeções aos livros de André Luiz seriam em relação a existência de "colônias espirituais", como seria o caso de Nosso Lar, e sobre a existência de animais. O que você ou o próprio André Luiz fala a respeito?
                Mais uma vez são colocadas aqui as questões daqueles que exigem comprovação. Mas estas provas só podem ser ofertadas aos que se abrem de coração, sem preconceito ou discriminação, ao novo. Precisam ser experienciadas ao um nível não racional, intuitivo, e daí então, as conclusões são pessoais, embora quase sempre unânimes quanto à existência de outros planos ou dimensões de vida. A razão tem limites que apenas são rompidos pelo sentimento. Este é o próximo diapasão evolutivo da humanidade. Quanto a estas dúvidas, a própria Física Quântica já proporciona aos mais racionais as comprovações científicas adequadas a estes questionamentos. A Espiritualidade nunca tenta impor nada, mas apenas por; e daí então cada qual, em sua busca individual, tem a capacidade de tirar de sua própria experiência suas próprias conclusões. Acredito que, muito em breve, se houver essa necessidade, a Física Quântica se torne capaz de comprovar não só o espírito, como também a existência de colônias espirituais e de outros planos de vida.
3 - No caso do seu livro, algumas informações podem causar ainda mais polêmica no meio espiritista, como é o caso da criação dos espíritos através de relações sexuais entre os espíritos puros. Sabemos que o movimento espírita tem muita dificuldade de discutir o tema sexo e há muito preconceito em várias casas espíritas em relação ao homossexualismo. André Luiz fala, por acaso, em homossexualidade no mundo espiritual? E como você, particularmente, vê a questão do sexo entre os espíritos?
                Não devemos colocar estes esclarecimentos no rol da leviandade e da promiscuidade. Sempre enxergamos de acordo com o nosso curto alcance, e a humanidade ainda não aprendeu a conceber a união da sexualidade com o amor. Retrato de um condicionamento moral derivado dos dogmas religiosos da Era Medieval, onde se vivia num extremo do conceito distorcido do sexo, através da negação. Hoje, invertemos a polaridade, vivendo num outro extremo do desequilíbrio, o da libertinagem, na qual distorcemos novamente os objetivos divinos do sexo entre os pares.  A sexualidade no plano espiritual superior não está ligada à satisfação física e instintiva do corpo, mas à satisfação plena do coração. É bom que isto fique bem claro, e que não confundam a manifestação sexual superior com o nosso pequeno referencial distorcido do sexo que ainda possuímos. Particularmente, nunca abordei a questão do homossexualismo com André Luiz, mas considero uma fase de amadurecimento de um espírito no desenvolvimento do amor incondicional, dependendo de sua índole espiritual e de suas próprias escolhas, as quais merecem respeito e consideração sempre. Qualquer tipo de preconceito e discriminação é registro de involução. Já dizia Jesus: “Assim na Terra como no Céu”. Somos a imagem e semelhança de Deus; e se é assim que o Divino cria embaixo, assim também com certeza o é encima, de formas diferenciadas e muito mais puras e sublimes do que sequer possamos imaginar.
4 - Notei que André Luiz também vai além, neste livro, da clássica divisão kardequiana de espírito, períspirito e corpo físico. Ele usa os termos da Teosofia, influenciado pelas Psicosofias orientais que pensam o ser humano dividido em 7 grandes dimensões energéticas. Como ele pensa essa questão, Kardec estaria errado ou apenas quis simplificar essa questão, pois talvez não fosse ainda a hora de aprofundar o tema?
                Não posso responder em nome de ninguém, mas duvido que André Luiz ou qualquer outro espírito que esteja realmente voltado para o esclarecimento dos homens na base do Amor, segundo os referenciais Crísticos aclarados em todos os Evangelhos, jamais ousariam condenar os salutares ensinamentos de Kardec como falsos ou inverídicos. Os Administradores Planetários certamente vão elucidando os homens aos poucos, segundo sua capacidade de amplitude mental, que delimita sua condição de compreensão de quando em quando. Imaginem se tentássemos ensinar aritmética a um cão, fatalmente fracassaríamos em nossos esforços. E assim também é com o homem, tanto em questões de Cosmologia, quanto na questão da multiplicidade de manifestações corpóreas e dimensionais, que creio serem ainda muito mais complexas do que as 7 divisões básicas que a Teosofia resgatou dos ensinos de Hermes Trismegisto, à cerca de 6000 anos antes da vinda do Cristo, e que Kardec sabiamente simplificou em sua época, para nosso melhor aprendizado.
5 - Para encerrar, fale um pouco mais dessa sua relação com ele. Você o enxerga? Conversa mentalmente com ele? Ao psicografar é intuitiva ou inconsciente?
                Fiquei ciente de minha relação com André Luiz, logo que iniciei meu desenvolvimento mediúnico. Nunca havia lido suas obras, e meu referencial a seu respeito era apenas o já conhecido por todos, como o de um espírito que escrevia através da mediunidade de Chico Xavier. Desde o início de meu desenvolvimento, André Luiz apresentou-se como um mentor médico, e foi de ajuda inestimável no desenvolvimento de meus outros dons. Só iniciei a escrita alguns anos depois, de uma forma bem natural, em Janeiro de 2007, onde vários outros espíritos se apresentaram com a intenção de colaborar em meu treinamento na escrita, que futuramente, diziam eles, seria o dom mais importante que eu traria em minha tarefa mediúnica particular. Dois anos depois, André Luiz convidou-me a escrever com ele o livro “Morte e Libertação”, o que aceitei não sem reservas. Nestes dois anos, tornou-se necessário que a espiritualidade mostrasse a mim, em inúmeras regressões de memória, meu compromisso e minha vivência com todos eles, e também com André Luiz. Há muitas eras anteriores fomos grandes inimigos, e precisamos, como qualquer outro espírito, aparar nossas diferenças em encarnações, ora como amigos e companheiros, ora em família, o que aos poucos se transformou num forte laço de amor entre ambos, mesmo hoje estando eu encarnada, e ele em outro plano de vida. Não vejo diferença, no que tange ao sentimento, ter a meu lado alguém massificado em um corpo, ou não. André Luiz, além de um amigo amado, é alguém em quem confio e tenho imensa admiração e respeito. Conversamos mentalmente muitas vezes, mesmo informalmente, discutimos aspectos de suas obras, peço esclarecimentos a ele quando necessário, e o vejo ocasionalmente com menor dificuldade nos trabalhos mediúnicos de Nossa Casa, ou nos trabalhos em desdobramento que executamos em parceria com os espíritos. Meu dom psicográfico é semi-mecânico, ou seja, enquanto ouço intuitivamente o que é ditado, minha mão tem também o impulso da escrita. Somente agora, depois de 5 anos escrevendo, é que meus mentores me disseram que encerraram meu treinamento, e agora estou pronta para a escrita. Espero poder colaborar com o meu muito pouco, ao muito que ainda precisa ser edificado para o soerguimento da Humanidade à Luz.
Agradecemos do fundo do coração por essa entrevista e te desejamos muito sucesso nessa dificil tarefa que é a psicografia, ainda mais de um espírito tão polêmico como André Luiz.
Que Deus te ilumine sempre.
 
 

atividade de encerramento 2011

O Núcleo Cultural Rosa de Nazaré encerrou as atividades de 2011, no bairro Antenor Garcia, com distribuição de presentes às crianças da comunidade. A iniciativa e a organização do evento foi do récem-criado Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo.
A atividade aconteceu no dia 23 de dezembro, nas dependências do Núcleo, e o Centro Espírita, em parceria com outras organizações, realizou a entrega de presentes de Natal para mais de 400 crianças.
Sr. Américo, organizador do evento
Antes da entrega, a comunidade recebeu lanche e refrigerante. Porém, infelizmente, dois jovens, um com pedaço de pau e outro com uma faca, quase estragam a festa. Rapidamente, os dois foram separados e uma tragédia evitada. O fato só demonstra como o trabalho de promoção da Cultura de Paz no bairro não pode parar. Lembrando que a Cultura de Paz não significa uma vida sem conflitos, mas a busca de resoluções pacíficas para eles.
crianças e jovens aguardando a entrega dos presentes
crianças com os seus presentes
Outro fato lamentável foi a grande incidência de pessoas que pegavam o lanche e depois jogavam fora. Porém, pela clarividência, um médium descreveu a seguinte cena, que talvez explique o fato: enquanto as mulheres da comunidade e outras voluntárias, inclusive a presidente do Núcleo Cultural Rosa de Nazaré, trabalhavam amorosamente na preparação do lanche, espíritos o energizavam com luzes coloridas. Assim, o simples lanche se transformava em um "remédio" para dissolver energias estagnadas ou enfermiças presentes no corpo físico, mental e emocional de quem o comesse. Infelizmente, as pessoas que jogavam fora o lanche eram vistas pelo médium com várias manchas negras ao redor do corpo físico, indicando possíveis obsessores espirituais. Como tais pessoas não conseguiam ser mais fortes que seus obsessores, estes os intuiam a jogar fora o lanche que poderia ajudá-los não só no aspecto físico, mas também espiritual.
Tirando estes pequenos incidentes, a distribuição dos presentes ocorreu de forma tranquila.
Os presentes  foram arrecadados por vários centros espíritas da cidade e por frequentadores do Shopping Center Iguatemi, que adotaram crianças a partir de uma lista.
O Núcleo Cultural Rosa de Nazaré, criado em 2006, no bairro Antenor Garcia, para realizar atividades sócio-culturais e educativas com a comunidade, visando implementar uma Cultura de Paz, agradece a todos que colaboraram para a realização desse evento e informa que, em 2012, a estrutura montada será doada para o Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo desenvolver suas atividades sócio-religiosas
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domingo, 11 de dezembro de 2011

Em março de 2012, projeto Homospiritualis completará 13 anos

programa da II Jornada de
educação e espiritualidade
O número 13, nas mais diferentes tradições culturais representa, contraditoriamente, algo positivo ou negativo. Na antiga Macedônia, representava mau agouro. O mesmo vale para alguns cristãos, pelo fato do 13º capítulo do Apocalipse falar do Anticristo e da Besta. Mas, hoje em dia, quem não quer receber o 13º salário, melhorando a renda no final do ano? Para alguns povos, o 13 representa a morte ou o início de um novo ciclo. Coincidentemente ou não, o 13º arcano maior do Tarot é a morte e para os psicólogos modernos a infância termina aos 12 anos e, a partir do 13º ano de vida, uma nova etapa no desenvolvimento daquele ser se inicia, a adolescência ou juventude.

Enfim, em março de 2012 fará 13 anos que o projeto Homospiritualis lançou sua primeira semente em São Carlos/SP. A idéia era difundir os valores da “cultura de paz”, conforme proposta da UNESCO e atuar, principalmente durante a “década da cultura de paz” (2001-2010). O primeiro fruto do projeto Homospiritualis foi a criação do Centro de Estudos e Vivências Cooperativas e para a Paz, localizado na rua Marechal Deodoro, em uma casa que pertence a família Ruggiero e que, se eu tivesse dinheiro ou algum poder político, "tombava" e fazia nela o “museu da cultura de paz”. Ninguém que passa na frente imagina o tamanho e o espaço que ela possui. Depois que entregamos a casa, pois não conseguíamos mais pagar o aluguel, a casa abrigou o sindicato dos professores da rede particular de São Carlos, e hoje está novamente vazia, dando “água na boca” e me trazendo à memória inúmeras lembranças, nem todas agradáveis, como a do assassinato de um gato que tínhamos, chamado Tico-Mico, por alunos de uma escola pública que há na mesma rua. O gato levou um tiro na cabeça e eu vi os autores do disparo. Minha intenção era ir à escola denunciar que alunos andavam armados, mas um espírito, que se identificava como dr. Felipe, pediu para eu não fazer nada. Aquilo havia sido uma “fatalidade”.

1º livro da coleção
cultura de paz e mediunidade
Nesta casa, até fevereiro de 2003, o centro ofereceu aulas de Hatha-Yoga, Tai-Chi-Chuan, Meditação, Danças Circulares, Jogos Cooperativos, sessões de Reiki, atendimentos com Florais de Bach, Massagem, cursos de alimentação natural, aulas sobre plantas medicinais, além de grupos de estudo sobre Budismo e outras Psicosofias. Tínhamos reuniões mediúnicas privativas, ou seja, que não eram abertas à comunidade, servindo apenas para que o grupo dialogasse com os “mentores” espirituais do trabalho e estudasse com eles técnicas como DO-IN, Cromoterapia, Massagem etc.

O Centro se mantinha com doações voluntárias, mas também com o dinheiro da venda de produtos esotéricos em uma loja chamada “Encantos da Lua”. A loja não vendia muito, mas, tirando o dinheiro para pagar a funcionária, os impostos e os produtos, dava para pagar o aluguel do imóvel. Porém, da mesma forma que fui orientado para não denunciar os assassinos do Tico-Mico, recebemos a orientação para fechar a loja. Sem recursos, o jeito foi entregar a casa e alugar uma menor, na mesma rua e em frente, que pertencia a uma mulher que tinha uma doença de nome estranho: "síndrome da perna inquieta".

imagem que ornava a
Capela de Assis, no século XII
E o Centro de Estudos e Vivências Cooperativas e para a Paz fechou, juntamente com a Encantos da Lua, para dar lugar, em março de 2003, à ONG Círculo de São Francisco. A missão dela,  principalmente, foi realizar pesquisas utilizando a mediunidade como principal metodologia e para sistematizar a Animagogia e também a Terapia Vibracional Integrativa (TVI). Sete pesquisas foram realizadas durante sua existência, utilizando a História Oral para se entrevistar os supostos Espíritos, além da Observação Participante e da Pesquisa-ação, três metodologias qualitativas das Ciências Humanas. Em 2011, as pesquisas começaram a se transformar em livros, publicados na coleção Cultura de Paz e Mediunidade, editada pela Editora RiMa em parceria com a Edições Homospiritualis.

símbolo do projeto homospiritualis
Em 2006, o projeto Homospiritualis estimulou a criação da ONG Núcleo Cultural Rosa de Nazaré, voltada para a realização de atividades sócio-culturais e educativas no bairro Antenor Garcia, com crianças, jovens, adultos e idosos. Em 2010, o Núcleo sediou o Fórum de Educação e Cultura para a Paz, encerrado com a presença do ator global João Signorelli que trouxe para a cidade o espetáculo “Gandhi, um líder servidor”. Em 2012, o espaço físico onde funcionou o núcleo será doado para um centro espírita, concentrando sua atenção no Centro de Animagogia e Práticas Bionergéticas Rosa de Nazaré, criado em 2010, e que funciona na rua 9 de julho, 1380, nas salas 15 e 21, oferecendo, gratuitamente, alguns dos serviços originalmente ofertados no Centro de Estudos e Vivências Cooperativas e para a Paz.

E a comemoração do 13º aniversário do projeto Homospiritualis acontecerá junto com a II Jornada de Educação e Espiritualidade de São Carlos, com a presença da psicóloga transpessoal Sueli Meirelles. A jornada acontece desde 2010, nos anos pares, alternando com a Jornada de Saúde e Espiritualidade que acontece desde 2007, nos anos ímpares. Até o ano de 2010, estes dois eventos aconteceram simultaneamente com os Encontros Ecumênicos de Educação e Cultura para a Paz, realizados, anualmente, de 2001 a 2010, no dia 04 de Outubro, dia de São Francisco de Assis, mentor espiritual do projeto Homospiritualis, cujo símbolo é o crucifixo de São Damião, imagem que ornava a capela de Assis, no século XII, abraçada por vários seres de luz, representando as diferentes Psicosofias difundidas no projeto. O símbolo do projeto Homospiritualis foi intuído pelo artista plástico são-carlense Fernando Dória, após uma sessão de Reiki, em 2002.

Enfim, se o número 13 representa mesmo o início de um novo ciclo, e se o ano de 2012 será aquele em que a Terra estará imersa dentro do chamado “Cinturão de Fótons” e passará por uma mudança profunda, sobretudo, consciencial, vamos dar graças a Deus por nos permitir vivenciar todas essas mudanças do “lado de cá”. E que venha 2012!

 Abraços fraternos

Adilson Marques – idealizador e coordenador do projeto Homospiritualis

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

cura Prânica

A partir de hoje, o Centro de Animagogia e Práticas Bionergéticas oferecerá também atendimentos de cura Prânica. As sessões são gratuitas e acontecerão às sextas-feiras, das 14 às 16 horas.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

novos horários para atendimento individual de animagogia

Caros leitores(as)
Durante o recesso escolar, os atendimentos individuais de animagogia serão realizados em novos horários: às sextas-feiras, com consultas das 14 às 17 horas.
O atendimento consiste em conversar com a pessoa sobre os seus "problemas" a partir da Psicosofia de Lao-Tsé (entendimento do ego), de Buda (felicidade incondicional), de Krishna (fé plena), de Jesus (vivência do amor universal), do espírito Verdade (vida ativa após a morte) e Gandhi (não-violência). Dependendo da situação do consulente, indica-se sessões de Reiki, Florais, Ervas Medicinais, Hipnose, Regressão de memória, Apometria, Hatha-Yoga, Tai-Chi-Chuan, consulta com entidades espirituais ou o atendimento espiritual de saúde.
Os agendamentos são realizados apenas por e-mail: homospiritualis_br@hotmail.com
A partir do dia 16 de dezembro serão 3 horários possíveis: 14 horas, 15h30 e 17 horas.

para entender mais sobre animagogia, leia o e-book Educação e Espiritualidade: introdução à animagogia:

http://pt.scribd.com/doc/18292432/Educacao-e-Espiritualidade-introducao-a-Animagogia


Os atendimentos individuais de animagogia acontecem no Centro de Animagogia e Praticas Bionergéticas Rosa de Nazaré, localizado na rua 9 de julho, 1380, sala 21 (3º andar), São Carlos/SP.
O atendimento é gratuito e deve ser agendado exclusivamente por e-mail: homospiritualis_br@hotmail.com

domingo, 4 de dezembro de 2011

A cura acontece por merecimento

 Adilson Marques - asamar_sc@hotmail.com


Qual a diferença entre uma suposta cura que acontece quando alguém ora em uma igreja católica e põe na boca uma hóstia; ora em um templo evangélico, cantando salmos; participa de uma gira de umbanda, com danças, incensos e estalar de dedos; ora em um centro espírita e recebe um "passe" ou é tratada em um atendimento apométrico? Apenas são diferentes rituais, diferentes "teatros", diferentes "polissemias simbólicas" porque, na essência, o que determina uma cura espiritual é o merecimento que a pessoa adquiriu.
Deus seria muito injusto se um determinado ritual fosse mais poderoso que outro, por isso não concordo com aqueles que dizem que a Apometria é "superior" a desobsessão kardecista e nem com aqueles que dizem que esta última prática é mais eficiente que as sessões de "descapetamento" na Igreja Universal. Enfim, é o merecimento, uma nova forma de falar em carma, que vai possibilitar a cura.
Por exemplo, um dos casos mais curiosos que assisti em um trabalho de apometria foi a cura de uma mulher com a "síndrome da perna inquieta". No atendimento apométrico, uma médium vidente viu um espírito sem pernas e agarrado na "perna inquieta" da mulher. Com a energia emitida pelo grupo, ele "incorporou" em uma médium e contou sua história. Ele foi socorrido e a mulher se curou da "perna inquieta". Mas será que foi a Apometria que a curou? Se essa mesma mulher tivesse ido a uma "sessão de descapetamento", em um centro espírita, em um terreiro de umbanda, em uma missa católica etc. e já tivesse o merecimento para se curar, o espírito seria adormecido e retirado de sua perna sem ninguém saber o que tinha acontecido e sua cura teria uma aura miraculosa. E temos também que considerar que a visão da médium pode ter sido uma "simbologia" e a "incorporação" do espirito na outra um "animismo". Mas houve a cura da "perna inquieta" e isso que importa. E como salientei, aconteceu pelo merecimento da mulher. Se o tempo de ser curada não tivesse chegado, ela estaria ainda vivenciando sua "perna inquieta".
Enfim, todo tratamento espiritual, e não importa a técnica, consiste em enviar ondas mentais positivas, através do pensamento e do sentimento amoroso, mas esta energia ou vibração só será absorvida pelo enfermo se ele estiver receptivo a ela. Não há milagres em nenhuma técnica espiritual, apesar de alguns atribuir a cura a símbolos miraculosos de antigas civilizações, ao poder do incenso, das velas, dos espíritos "evoluidos" ou "ascensionados", de amuletos etc.
Todo o Universo é criação mental e o poder da mente é tão poderoso que a pessoa cria enfermidades e também a própria cura, mudando inclusive sua carga genética, para o "bem" ou para o "mal". Em alguns casos pode evitar uma "doença cármica" ou um "acidente" previsto para acontecer durante sua encarnação se mudar antes o foco de sua vida, uma vez que a doença ou os acidentes são também "simbolos" para mostrar que algo em nós precisa mudar. Se a pessoa não muda por "bem", algo pode acontece para ela mudar.Enfim, a metanóia, a mudança de sensibilidade, é o objetivo da encarnação.
Mas como a própria ciência já sabe, no núcleo de todo átomo só há energia, logo, o que chamamos de matéria é uma concentração incrível de energia. E os budistas sabem que a energia vem da mente e, em breve, a ciência também vai descobrir isso. O importante agora é compreender que até a "energia positiva" da natureza, do fogo, da terra, do ar, da água etc. vem da mente controlada e em paz e a "energia negativa da natureza" também, mas da mente em conflito e egoista. É por isso que a energia da natureza pode ser usada para rituais de magia "branca" ou "negra". Por isso, o mais importante de tudo em uma cura espiritual é a intenção. Com que intenção o terapeuta ou curador faz um ritual, um amuleto ou impõe a mão sobre uma pessoa?
E aquele que procura pelo tratamento espiritual deve se conscientizar que precisa se esforçar, mudando seu padrão de pensamento e de sentimentos, pois não há nenhuma técnica milagrosa e nem "chama" que consuma carma. Assim, ela precisa começar a se capacitar para merecer uma cura. Quando esse dia chegar, a cura virá pelos mais diferentes e singulares lugares: o terreiro de umbanda para o evangélico intolerante; o templo evangélico para o espírita racionalista etc.
Por isso, aquele que passa o tempo pulando de igreja em igreja, de técnica em técnica, sem se preocupar em mudar interiormente, vai dizer que todas são inócuas. Mas é importante salientar também que todas são "certas", são necessárias para a vida humanizada do espírito, por isso não faz sentido também ficar criticando trabalhos espirituais que usam "símbolos", pois não usar também não deixa de ser uma "ação simbólica", já que até o pensamento racionalista e iconoclasta traz em si uma representação imaginária de mundo e não altera o "merecimento" de ningúem.


São Carlos, 04 de dezembro de 2011

a necessidade de uma visão não-aristotélica para valorizar a sanidade no debate espírita

Adilson Marques - asamar_sc@hotmail.com

Ler livros ou sites espíritas é muito interessante. Imagino que outros leitores não-espíritas devem sentir o mesmo que eu. Como que eles, os espíritas, conseguem se engalfinhar tanto em cima de meras abstrações mentais, ou aquilo que Kant chamava de "narrativas visionárias". Cito abaixo um parágrafo retirado do blog ensino espirita, que se considera um "espiritismo com profundidade":

"André Luiz já publicou em suas obras sobre a presença de animais nas colônias espirituais, como pássaros, peixes, cães e outros animais. Afirmo, porém, que no momento fico com Kardec, até que alguém consiga trazer uma informação que confirme, por A mais B, baseado somente nas obras de Allan Kardec e ninguém mais, que existem animais na espiritualidade, uma informção que seja tão clara quanto essa que o espírito trouxe à Kardec sobre a não existência desses seres na erraticidade".

Para um leigo em espiritismo como eu, fico imaginando como deve ser a cabeça de uma pessoa que pede para um espírito provar que existe animais no mundo espiritual de "forma clara" como um outro suposto espírito que, em tese, disse para Kardec que "lá não há animais". O que será que Kardec tem de tão especial para aceitarmos tudo o que ele escreveu? Só porque um suposto espírito disse (e quem garante que disse?) para ele que "do outro lado" não há animais, isso se torna uma verdade absoluta? E, com base nesta informação, se um outro suposto espírito diz o contrário, isto prova que ele está mentindo? é importante salientar que, no mesmo blog, encontramos a informação que o suposto espírito André Luiz seria um "obsessor" de Chico Xavier. E depois querem que acreditemos que o espiritismo é científico. Que base científica foi usada para tantas paralogias?
Enfim, estamos tão acostumados com o aristotelismo, algo que está tão enraizado em nossas veias, que não conseguimos imaginar que o mundo não é feito de dicotomias. Não estamos acostumados com a pluralidade de idéias. Sempre vamos acreditar que existe a "interpretação falsa e nociva", que deve ser evitada a todo custo e que é sempre a dos outros; e a "interpretação verdadeira e útil", normalmente aquela que aceitamos ou acreditamos como sendo verdadeira e fazemos questão de defendê-la com unhas e dentes, não compreendendo que até ela não passa de um mero etnocentrismo.
Uma pessoa mais pragmática nem vai perder tempo com tais discussões, mas para quem aprecia o sabor das "narrativas visionárias", termo que tomo emprestádo de Kant, é uma leitura agradável, estimula a imaginação, mas desde que não se prenda a essa idéia de querer saber o que é verdade ou mentira em tais narrativas. Elas são úteis para dar vazão aos sonhos, aos devaneios etc. Mas sofrer com as contradições me parece pouco saudável. Nesse aspecto, me parece que Buda era mais sensato, ensinando seus discípulos a viver o "aqui e agora", sem se preocupar com aquilo que não podia ser provado e nem com abstrações que possam tirar a "paz de espírito".

para conhecer o blog comentado acima:
http://ensinoespirita.blogspot.com/

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Espiritualidade e Direitos Humanos

Adilson Marques - asamar_sc@hotmail.com

Um dos assuntos mais polêmicos e paradoxais é refletir sobre o tema espiritualidade e os direitos humanos. Quando começamos a estudar as regras e leis espirituais nos deparamos como uma que parece inexorável: a lei de causa e efeito, traduzida por Paulo de Tarso, em Galatás, como "tudo aquilo que semear, também ceifará". E as doutrinas reencarnacionistas como o budismo falam em carma, afirmando que tudo o que acontece hoje é fruto de uma ação passada, muitas vezes praticada em outra existência. Pela ótica espiritualista, a vítima de hoje não seria tão vítima assim. De certa forma estaria colhendo o que plantou no passado e o algoz de hoje seria aquele aludido por Jesus ao afirmar que "o escândalo é necessário", mas que sofrerá por ser o instrumento do "escândalo", ou seja, alguém precisaria ser o instrumento de uma "ação carmática" que uma outra pessoa necessita vivenciar, mas vai se comprometer com a lei de causa e efeito, apesar de ter sido, simultaneamente, um instrumento necessário.
Porém, o paradoxo desaparece se pensarmos que até as leis que regulamentam os direitos humanos só surgiram no momento certo e que as punições para quem é homofóbico, agride idosos, é intolerante com religiosos de outras agremiações etc. também são frutos da mesma lei de causa e efeito e, assim, vai ser punido por tais leis quem merecer. Se o mundo material é um reflexo do espiritual, as leis espirituais agem em toda e qualquer circunstância, até no surgimento dos chamados direitos humanos. Nesse sentido, se sabemos que um idoso está sendo agredido ou desrespeitado em seu direito e nosso dever como cidadão é denunciar o agressor ao conselho do idoso, podemos fazer isso sem culpa ou remorso, pois se nasceu uma lei humana que defende o idoso foi porque Deus permitiu, ou seja, é o carma em ação. Porém, não precisamos sofrer ou sentir pena da "vítima". Podemos fazer a nossa parte sem rancor, sem ódio no coração e entendendo que o "algoz", aquele que não respeita os direitos humanos, é ainda um espírito em provação e que a "vítima" não é tão inocente, uma vez que cada um só recebe o que necessita e merece, em função do que "plantou" no passado. Assim, mantemos a equanimidade diante de um fato que desrespeita os direitos humanos, mas que faz parte da "justiça divina".
E a evidência da lei de causa e efeito se torna patente em trabalhos mediúnicos como o da Apometria em que, muitas vezes, para se resolver um problema de obsessão é necessário vasculhar as vidas passadas da "vítima" e constatar que de "pobrezinha" a pessoa não tem nada. Muitos já sofreram em suas mãos. Quase sempre nos deparamos com o que alguns chamam de "função espelho", ou seja, o que sofremos hoje é quase sempre o que já fizemos no passado. O outro é um "espelho" para aprendermos alguma coisa. Aquele que me agride está me ajudando a sentir na pele o que o outro sentiu quando eu fui o agressor.  Infelizmente, parece que é assim que aprendemos: ontem agredimos; hoje somos agredidos por outros que serão agredidos amanhã, em um fluxo que parece não terminar, mas fazendo rodar a lei de ação e reação. Mas aquele que consegue compreender este fato, consegue sair desse fluxo negativo colocando amor em seus atos, mesmo que sejam atos voltados para punir ou enérgicos, uma vez que a pessoa espiritualizada é uma pessoa generosa e amorosa, mas não necessariamente que se humilha, se autoanula ou se coloca na posição de serviçal. Servir é uma coisa, ser serviçal é outra bem diferente.
Enfim, é possível "lutar" contra o preconceito, seja em relação a negros, homossexuais, idosos, mulheres, crianças etc., fazendo valer as diferentes declarações universais e leis humanas, mas sempre tendo em mente que, essencialmente, todos são espíritos eternos passando por provas, quase sempre escolhidas voluntariamente antes da encarnação.

São Carlos, 02 de dezembro de 2012