quinta-feira, 17 de novembro de 2011

leia a introdução do sexto livro da coleção cultura de paz e mediunidade

O sexto e penúltimo livro da coleção cultura de paz e mediunidade, publicada pela Edições Homospiritualis em parceria com a Editora RiMa abordará o tema "Reflexões sobre Saúde e Espiritualidade:Do Reiki aos tratamentos mediúnicos". O livro estará disponível para venda na primeira quinzena de dezembro e é uma ótima sugestão para  presentear os amigos e parentes no Natal.

Leia agora, em primeira mão, a introdução do livro:

Em 2001, o projeto Homospiritualis iniciou as atividades do Centro de Estudos e Vivências Cooperativas e para a Paz, organização espiritualista que funcionou até o ano de 2003 e foi o embrião da ONG Círculo de São Francisco (2003-2007), na cidade de São Carlos. Naquele centro, o projeto Homospiritualis oferecia, gratuitamente, aulas de Hatha-Yoga, Danças Circulares, Tai-Chi-Chuan, Meditação, Reiki etc., além de manter grupos de estudo sobre os ensinamentos de Buda, Lao-Tsé, Krishna, entre outros mestres espiritualistas.
Porém, ainda em 2001, após a visita de dois médiuns kardecistas, o grupo sofreu sua primeira divisão, com a saída das pessoas que não aceitavam o intercâmbio mediúnico. O grupo de pessoas que continuou no projeto iniciou uma profícua experiência mediúnica com os supostos espíritos e realizou uma singular pesquisa sobre as diferentes terapias vibracionais e bioenergéticas. Este foi o primeiro estudo de Espiritologia realizado pelo projeto Homospiritualis que, entre os anos de 2001 e 2003, realizou reuniões mediúnicas semanais para entrevistar e dialogar com os supostos espíritos, levantando informações sobre o Reiki e outras técnicas orientais de saúde como a Cromoterapia, o DO-IN, o Tai-Chi-Chuan, a Meditação etc.
Entre os anos de 2004 e 2005, o projeto Homospiritualis publicou uma trilogia de livros sobre o assunto. O primeiro livro denominou-se “Dharma-reiki: o aprimoramento espiritual e a caridade como caminhos para a cura”. Nele, relatei uma experiência pessoal, narrando como foi a minha iniciação na técnica criada pelo suposto monge budista Mikao Usui, além desse contato que tivemos com a espiritualidade através do intercâmbio mediúnico e a primeira sistematização de um trabalho psico-sócio-espiritual que denominei, na época, de Mandala-Reiki e hoje chamo de Terapia Vibracional Integrativa (TVI), uma forma de meditação comunitária unindo REIKI, Danças Circulares, Meditação em movimento e Cromosofia (cromoterapia mental), algumas das terapias e técnicas que passaram a ser utilizadas na ONG Círculo de São Francisco, até o seu fechamento em 2007.
O segundo livro reuniu os ensinamentos transmitidos pelos supostos espíritos, enfatizando a necessidade de uma mudança de sensibilidade diante da vida, o que, desde 2003, chamamos de Animagogia. Este livro foi denominado “Os símbolos do REIKI e seus ensinamentos morais”. Por vários anos ele foi utilizado como material didático nos vários cursos de REIKI que ministrei na ONG Círculo de São Francisco (CSF), na Fundação Educacional São Carlos (FESC), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e em escolas públicas e particulares do ensino básico e médio, localizadas no município de São Carlos e de outros municípios, além de centros espiritualistas das mais diferentes orientações doutrinárias.
E o último livro da trilogia chamou-se “O REIKI segundo o Espiritismo”. Esse livro foi o mais lido e também o mais criticado. Sua primeira tiragem de 1 mil exemplares esgotou-se rapidamente e, na Internet, sua primeira versão e-book recebeu mais de 3 mil acessos em um ano. O livro gerou muita polêmica, tanto com os que se dizem “reikianos”, como com aqueles que se consideram “espíritas”. Os reikianos não aceitavam as informações dos supostos espíritos que afirmavam não ser necessário nenhum símbolo para se enviar energia e que o REIKI, a Cura Prânica, o Passe, o Johrey etc. eram, essencialmente, a mesma coisa, apesar da diferença na forma exterior de se conduzir o trabalho de cura vibracional. Por seu turno, os espíritas ficaram indignados, afirmando que os “espíritos superiores” não responderiam questões sobre “mistificações” como o Reiki e que eles não se interessariam por terapias alternativas ou complementares que, segundo estes espiritistas, não “tinham comprovação científica e eram 'coisas' de médiuns fascinados”. Para evitar mais confusões, em 2005, lançamos uma nova edição do livro com um novo título: “O REIKI, a TVI e outros tratamentos complementares”, inserindo uma ampla reflexão sobre O Livro dos Espíritos e sobre o que começamos a chamar de Ciências do Espírito ou Espiritologia, diferenciando o tratamento religioso que o movimento espiritista possui sobre o tema e a nossa perspectiva científica não-cartesiana.
Nesta terceira edição do livro, e como parte integrante da coleção Cultura de Paz e Mediunidade, resolvemos fazer profundas alterações no mesmo. Novas perguntas foram formuladas aos supostos espíritos e, abaixo das respostas, comento as opiniões expressadas por estes “seres incorpóreos”.
E este livro é publicado no momento em que completamos 10 anos de experiências mediúnicas e também de atendimento à comunidade. Inicialmente, no Centro de Estudos e Vivências Cooperativas e para a Paz, utilizávamos o REIKI conforme tínhamos aprendido nos cursos que fizemos (nível 1, 2 e 3 do REIKI tradicional mais o nível 1 e 2 do chamado Karuna-REIKI). Porém, a partir do trabalho iniciado na ONG Círculo de São Francisco, em meados de 2003, abandonamos os símbolos e outras práticas aprendidas naqueles cursos e passamos a enfatizar a importância do pensamento elevado, da vontade e do amor, além da necessária mudança de sensibilidade por parte da pessoa que vem em busca de auxílio para superar uma enfermidade física, mental ou emocional, uma vez que passamos a compreender que são as nossas atitudes as principais responsáveis por nossas enfermidades e não a ação de bactérias, vírus ou qualquer outro fator exterior. Para diferenciar nossa forma de atuar com a técnica, criamos o neologismo Dharma-REIKI.
Mas, com a criação em 2010 do Núcleo de Animagogia e Práticas Bionergéticas Rosa de Nazaré, com o objetivo de retomar as atividades que eram praticadas na ONG Círculo de São Francisco, tivemos uma grata surpresa durante as sessões de Reiki: as entidades espirituais, ou seja, os supostos médicos que auxiliam no atendimento, começaram a se manifestar através dos atendentes com potencial mediúnico. Com o passar do tempo resolvemos não utilizar mais o nome Dharma-REIKI e passamos a denominar esse trabalho terapêutico de Atendimento Espiritual de Saúde (AES), que passou a ser realizado através de uma equipe de doadores de energia, através da imposição das mãos, e com a presença de seres incorpóreos que participam do trabalho, através de médiuns de incorporação (psicofonia), e conversam com os consulentes passando alguma orientação sobre a enfermidade ou mesmo transmitindo esperança e força para que possa superar essa vicissitude existencial.
Essa experiência nos ajudou a compreender que a espiritualidade não é monopólio de nenhuma religião e nem mesmo de filosofias espiritualistas “codificadas”, como seria o Espiritismo. Não foi essa religião que inventou os Espíritos e Kardec, com seu olhar cientificista, buscou apenas estudar as possíveis relações entre o mundo espírita (ou seja, dos Espíritos) e o mundo material, utilizando a mediunidade como heurística.
Para o projeto Homospiritualis, o sentido profundo dos valores espirituais encontra-se sempre em uma dimensão pessoal e intransferível, e cada Espírito humanizado sempre possui o seu livre-arbítrio para escolher a religião que melhor corresponda ao seu grau de entendimento espiritual. Porém, não podemos deixar de assinalar que, paradoxalmente, as doutrinas religiosas costumam embaçar nossa experiência única com Deus e, muitas vezes, até a impedem. Ao invés de iluminar, elas ofuscam quando deixamos que o nosso individualismo (Ego) fale mais alto. Quando isso acontece, começamos a julgar a nossa religião como a “certa” e a condenar as demais como as “erradas”. Assim, as religiões que poderiam nos conectar a Deus, ou seja, preparar o neófito para o grande mergulho na realidade suprema e inefável de um Deus vivo, acolhedor e misericordioso, transformam-se em “bezerros de ouro”.
Ofuscados pela luz do Ego, passamos a idolatrar a religião ou seus criadores, esquecendo-se de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, objetivo, por exemplo, do cristianismo. É por isso também que Sidarta, o Buda, afirmava que as doutrinas religiosas são como canoas para chegarmos ao outro extremo do rio. Porém, assim que a travessia termina, elas devem ser abandonadas para o uso de outras pessoas, e não carregadas sobre os ombros. A idolatria nos deixa cegos e por isso o Buda também dizia: “não aceite nada daquilo que vos digo; não aceite nada daquilo que está escrito em livro considerado sagrado; aceite somente aquilo que passar por vossa compreensão”. Em outras palavras, não existe religião verdadeira e religião falsa. Deus é misericordioso e abençoa todos os caminhos que buscam a regeneração da Terra e a purificação do Espírito eterno.
E dentro dessa perspectiva universalista, contemplada pela Cultura de Paz, em nenhum momento classificamos os supostos espíritos que entrevistamos em “superiores” ou “inferiores”. Mais do que julgar, o objetivo foi ouvi-los para compreendê-los. E a partir desta experiência passamos a identificar o trabalho de pesquisa junto aos supostos espíritos não mais como "espiritismo", uma vez que isso nos causou muito problema em 2005, mas o identificando como Espiritologia, as Ciências do Espírito, uma vez que ela é uma prática que não se fecha sobre uma doutrina exclusivista, mas que se abre para o estudo e para a elaboração de teorias sobre a possível existência da vida espiritual e as relações que esta pode ter com a material, sobretudo no século XX e XXI, buscando compreender os “fatos espíritas” contemporâneos, quase sempre chamados de “elementos estranhos ao espiritismo” pelos adeptos dessa religião medianímica.
Nesse sentido, as Ciências do Espírito estudam, obviamente, o espiritismo, mas não se resume a ele e nem visa legitimá-lo. As Ciências do Espírito não podem ignorar a rica manifestação mediúnica que acontece também nos terreiros de Umbanda, na Apometria ou em outros trabalhos, como neste que descrevemos neste livro, só porque os espiritistas não aceitam essas manifestações.
Assim, através da pesquisa com os supostos espíritos, formulamos a hipótese de que o REIKI também é um “fato espírita”, ou seja, onde há a “manifestação de espíritos”, mesmo que latente. Supostamente, o REIKI teria sido intuído por um monge budista chamado Mikao Usui, no Japão. Em meados da década de 1980 chegou ao Brasil e, por seu grande avanço no mundo Ocidental, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já o reconheceu como “terapia complementar”, junto com outros tratamentos (Florais de Bach, Acupuntura, Homeopatia etc.). E por que falamos que o REIKI é um “fato espírita?” Porque, segundo a denominação de Allan Kardec, todos os fenômenos causados pela intervenção de inteligências incorpóreas, ou seja, por supostos Espíritos, não importando o seu grau de evolução, seriam “fatos espíritas”.
Sabemos que nos cursos de REIKI raramente se fala na presença dos Espíritos. Nestes cursos se ensina que a “energia cósmica é inteligente” e é ela que faz os tratamentos. Porém, em nossa pesquisa, ouvimos que sem a participação dos Espíritos nenhuma cura seria obtida através dessa técnica. Assim, podemos estudar o REIKI como um “fato espírita”.
Alguns reikianos escrevem sobre a presença de supostos Espíritos nas “sessões de cura”, mas afirmam que não são “meros desencarnados” que ainda necessitam da reencarnação, como aconteceria, em tese, nos trabalhos espiritistas, e sim os “mestres ascensionados”, entre eles, Jesus, Maria, Arcanjo Gabriel, Saint Germain, entre outros. Verdade ou não, “meros desencarnados” ou “mestres ascensionados”, continuaríamos diante de um “fato espírita”, pois esta prática dependeria da intervenção dessas consciências incorpóreas para se processar.
Mas entendemos também a critica dos espiritistas ao nosso trabalho, uma vez que acreditam que não há mais nada para se perguntar aos espíritos. Porém, é preciso lembrar que o próprio Kardec escreveu, em O Livro dos Médiuns: “Algumas pessoas pensam que é preferível abster-se de colocar perguntas, e que convém esperar o ensinamento dos Espíritos sem provocá-los; há ai um erro. Os Espíritos dão, sem contradita, instruções espontâneas de alta importância, e que seria errado, negligenciar, mas há explicações que se esperaria, freqüentemente, tempo muito longo se não fossem solicitados. O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns estariam ainda por fazer, ou pelo menos, seriam bem menos completos, e uma multidão de problemas de grande importância, estaria ainda por resolver.”
Não acreditamos que Kardec usaria a expressão “elementos estranhos ao espiritismo” para se referir aos fenômenos mediúnicos desconhecidos no século XIX, uma vez que sua preocupação era científica e, como também afirmou em O Livro dos Médiuns: “a instrução espírita não compreende apenas o ensinamento moral dado pelos Espíritos, mas também o estudo dos fatos; a ela incumbe a teoria de todos os fenômenos, a procura das causas e, como conseqüência, a constatação do que é possível e do que não o é; em uma palavra, a observação de tudo o que pode fazer avançar a ciência. (...) Esses fatos, que seria impossível enumerar, surgem de uma multidão de circunstâncias fortuitas; embora menos salientes, não deixam de ser do mais alto interesse para o observador, que neles encontra, ou a confirmação do princípio conhecido, ou a revelação de um princípio novo, que o faz penetrar mais adiante nos mistérios do mundo invisível.”
Enfim, como base nessa argumentação tão enfática, não nos parece que Kardec trataria o REIKI como “elemento estranho ao espiritismo”, mas da forma como estudou as famosas “mesas girantes” do século XIX, compreenderia a dimensão espiritual desta técnica e questionaria os supostos Espíritos sobre os símbolos miraculosos ou sobre a história de que o REIKI seria capaz de curar todos os problemas físicos, mentais, emocionais e espirituais da humanidade por usar uma energia especial e acessada apenas por quem foi “sintonizado” na técnica. Assim, se estivesse encarnado no século XXI teria interesse em estudar os “fatos espíritas” que acontecem no REIKI, na Umbanda, na Apometria ou em qualquer outra prática onde o intercâmbio com os Espíritos de todos os graus, de forma oculta ou patente, se realiza, buscando constatar o “que é possível e o que não é”.
Infelizmente, nossa interlocução não é com Kardec e, portanto, para se evitar mais confusões, afirmamos que o REIKI, a Umbanda e a Apometria são também “fatos” ou “manifestações espíritas”, assim como os demais fenômenos estudados ou aceitos pelo Espiritismo, mas o estudo científico de todas essas manifestações é realizado pela Espiritologia, uma disciplina que não tem nenhum preconceito ou ojeriza a elas. Assim, mesmo que sejam classificados como “elementos estranhos ao Espiritismo”, elas não deixam de ser objetos privilegiados de estudo para as Ciências do Espírito.
O espiritólogo, portanto, não deve ter preconceito e estuda todas as manifestações mediúnicas que acontecem nos “centros espíritas”, nos “terreiros de Umbanda” e nos diversos “espaços holísticos”. Assim, para o estudioso dos “fatos espíritas” não importa se a espiritualidade que se manifesta em um centro opta em trabalhar apenas com água fluidificada e passe (envio de energia através das mãos) e, em outros, apóia que o grupo mediúnico use a Apometria, técnica de tratamento espiritual e desobsessão criada pelo médico brasileiro Dr. Lacerda. Também não importa se a espiritualidade usa a cromoterapia ou faça cirurgias espirituais e receite remédios homeopáticos através da psicografia, ou use a forma de "médico", "padre", "preto-velho" ou "índio". Para a Espiritologia não há a forma “certa” de aplicar passe e a forma “errada”, por exemplo. Todas são manifestações mediúnicas (ou espíritas) e podem ser estudadas sem preconceito ou exclusão. E não importa o que paramos para observar, vamos sempre perceber que existem várias maneiras de se fazer a mesma coisa. Por isso, é algo meio patológico acreditar que existe uma única forma “certa” para se fazer algo, normalmente a que seguimos, e as “erradas”, as que os outros seguem.
E como afirmou Kardec, “...não podendo provocar os fatos, é preciso esperar que eles se apresentem e, no geral, eles são conduzidos por circunstâncias das quais nem ao menos se sonha. Para o observador atento e paciente, os fatos se produzem em quantidade, porque ele descobre milhares de nuanças características que são, para ele, rasgos de luz. Assim o é nas ciências vulgares; enquanto que o homem superficial não vê numa flor senão uma forma elegante, o sábio nela descobre tesouros pelo pensamento. (...) Portanto, não nos enganemos, o estudo do Espiritismo é imenso, toca em todas as questões da metafísica e da ordem social, e é todo um mundo que se abre diante de nós (LE, p. 32. Grifo meu).
A frase acima parece elucidar que para Kardec não existiam “elementos estranhos”, uma vez que o seu espiritismo tocava em todas as questões metafísicas e sociais. Mas como hoje é diferente, faz se mister a existência da Espiritologia para estudar, de forma sistematizada, a possível ação dos Espíritos durante um atendimento de REIKI, por exemplo, esclarecendo, através da própria consulta aos Espíritos que atuam nessa prática espiritualista, como é que eles manipulam a “bioenergia” disponibilizada pelos atendentes e realizam as curas nos pacientes que possuem “merecimento”, construindo, assim, uma teoria diferente daquela vigente nos cursos de REIKI que afirma, até hoje, ser o desenho de um símbolo gráfico o responsável pelas “curas”.
E o fato de a Espiritologia ser capaz de criar uma teoria baseada no relato dos supostos Espíritos sobre o REIKI, não quer dizer que essa técnica precise ser praticada nos chamados “centros espíritas”, onde já se pratica o “passe”, que é, na essência, a mesma coisa.
Enfim, para não mais nos alongarmos sobre este assunto, recomendo aos interessados a leitura do primeiro livro desta coleção: “História Oral, Imaginário e Transcendentalismo: mitocrítica dos ensinamentos do espírito Pai Joaquim de Aruanda”. Nele, apresentamos um estudo mais completo do que entendemos por Espiritologia ou Ciências do Espírito e suas diferenças em relação ao Espiritismo.
Mas, o que, em geral, os supostos espíritos falam do REIKI? Para os Espíritos que foram entrevistados, o trabalho acontece graças ao trabalho de uma equipe de médicos desencarnados, preparados para esse trabalho socorrista e que é, sobretudo, através do amor incondicional que se forma um verdadeiro reikiano, independentemente do número de “sintonizações” que o mesmo faça. Quanto aos símbolos, os Espíritos ensinam que nenhuma serventia metafísica eles possuem, mas trazem valiosos ensinamentos morais baseados no Budismo e em outras filosofias orientais, além de servirem para dar confiança ao atendente ou estimular a Fé, através do emprego de símbolos gráficos, informação que não contraria o ensinamento da questão 653 de O Livro dos Espíritos, por exemplo.
E o tratamento seria realizado pela espiritualidade socorrista através do ectoplasma fornecido pelos reikianos. E todo o tratamento envolve a questão do “merecimento”, desfazendo as informações que apresentam o REIKI como uma terapia miraculosa capaz de curar todas as doenças físicas, mentais, emocionais e espirituais.
E como afirmou Kardec, no Livro dos Médiuns: “Muitas pessoas pensam que o Livro dos Espíritos esgotou a série de perguntas de moral e de filosofia; é um erro; por isso, é talvez útil indicar a fonte de onde se pode tirar assuntos de estudo por assim dizer, ilimitados. (...) O valor da instrução que se recebe sobre um assunto qualquer, moral, histórico, filosófico ou cientifico, depende inteiramente do estado do Espírito que se interroga; cabe a nós julgar”. E se ainda havia o que perguntar para os Espíritos no século XIX, o que dizer agora, no limiar do século XXI?
Assim, fazer perguntas sobre o REIKI aos Espíritos, mesmo sabendo que eles, em tese, não sabem tudo, pois, supostamente, são apenas as almas das pessoas que deixaram seu envoltório terrestre, não é desmerecer Kardec ou manchar a “pureza” doutrinária do Espiritismo como pensam alguns, mas compreender que a história é dinâmica e que os temas se atualizam, tanto os sociais como os metafísicos. E é por isso que se faz necessária a Espiritologia enquanto uma disciplina científica capaz de acompanhar tal processo e realizar estudos de História Oral com os supostos seres incorpóreos.

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