sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Os órgãos do Ego

Adilson Marques - asamar_sc@hotmail.com

Não é possível falar do Ego sem relacioná-lo ao corpo físico. Este traz as marcas do que sentimos, pensamos e fazemos. E mesmo as doutrinas religiosas ou espiritualistas que não acreditam no livre-arbítrio no ato, dizem que temos sempre a liberdade de pensar e sentir. Assim, ao contrário da visão cartesiana que separa o corpo da alma, como se cada um fosse uma coisa independente e sem relações recíprocas, eles estão muito articulados durante a humanização do Espírito eterno, uma vez que sem a encarnação o processo de humanização não acontece. Não é possível se humanizar na dimensão espiritual, onde a consciência é plena e verdadeira, não mais um simulacro como acontece durante a humanização do Espírito e que nos faz acreditar nas verdades e artimanhas do Ego, como a de ser preto, branco, amarelo, homem, mulher, brasileiro, alemão etc. Enfim, estamos preto, homem, brasileiro... mas não somos nada disso. Somos universais e já vivemos até em outros planetas. Enfim, nem da Terra somos; nós estamos, momentaneamente, experimentando uma vida humana diferente daquela que já vivemos em outros lugares. Enfim, aqui também é uma grande escola para o Espírito.
E nesta escola a ligação com um corpo material denso se faz necessário. E nesta ligação, todo o corpo é veículo do Ego, mas três órgãos se destacam: o nariz, os polegares e as nádegas. É isso mesmo, se você que ver como anda sua relação com o Ego, avalie como estes três órgãos estão. Atrair enfermidades ou acidentes nestas partes é sinal que algo não está bem. Ou o Ego anda muito cabisbaixo ou muito inflado. Os dois processos não são legais.
Observe que as pessoas que estão com o chamado "Ego ferido" andam com a cabeça baixa, apontando o nariz para o chão. Muitas vezes, fazem como os cachorros que perdem uma briga, colocando o rabinho entre as pernas e saindo de mansinho com a bunda murcha. Nós fazemos o mesmo com a nossa bunda, quando o Ego está ferido. Ela fica murchinha. Ela pode até ser grande, mas fica acanhada e para dentro quando nosso Ego está "para baixo". E o polegar, então? Atraímos acidente como martelá-lo, o prendemos na porta, o papagaio o bica etc. e raramente conseguimos fazer o sinal de "positivo" com ele quando nosso Ego está abalado. Apesar da dificuldade para se fazer o sinal de "positivo" com o dedão do pé, este também pode ser vítima de acidentes e enfermidades e não só os das mãos.
Mas quando estamos eufóricos, o que não é sinal de felicidade, estes órgãos também podem sofrer abalos. O Ego inflado também atrai enfermidades ou acidentes. Um fato que parece ser coisa de filme é mais real do que se imagina. É comum ver em filmes sobre adolescentes que no dia da festa de debutante, a jovem acorda com uma baita espinha no nariz e se desespera. Ela fica indignada e se pergunta: "por que justo hoje foi nascer esta enorme espinha!". A culpa foi o Ego inflado, da euforia, do orgulho que a data propicia. E andar com o nariz muito empinado também é arriscar a batê-lo em um poste ou de algum pássaro fazer o que não deve em cima dele.
E como os traseiros também ficam arrebitados e saltitantes quando a jovem realiza o sonho de ficar com o rapaz idealizado ou compra a roupa ou os sapatos que ambicionava? A bunda ganha uma nova vida quando o Ego se realiza.
Mas, como em tudo na vida, o bom senso e o "caminho do meio" são importantes para manter nossos órgãos saudáveis e o Ego também, pois não temos como matá-lo ou nos livrar dele.Assim, nem o 'Ego inflado" e nem o "Ego ferido" fazem bem para a saúde. O Ego é um bom servidor, mas é um mal patrão, já nos alertava Krishna na Bhagavad Gita, há pelo menos 2.500 anos.
Faça do seu Ego um amigo do peito e um irmão camarada. Use-o para o seu crescimento.Viva em paz com ele e sua humanização será saúdavel, sem extremos e sem sofrimentos.

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